17 de mar. de 2012

Aos intrusos


Não venha me falar quem eu devo ser, não ouse ditar meus modos como uma mãe educando um filho, não sou sua filha, nem chego a ter algum parentesco com você. Então, não confunda sinceridade com intromissão. Não queira desordenar meu ecossistema, isso já é cruzar a linha do bom senso. Onde foi parar o respeito? Não diga que eu deveria ser mais simpática ou espontânea, não recrimine minha quase misantropia, não fale mal do meu gosto por filmes europeus e asiáticos, nem me olhe torto pelo casamento não estar entre as minhas prioridades. Eu não preciso retornar as suas ligações, ou empregar alguma reciprocidade nesse relacionamento. Somos dois desconhecidos, nada mais, e você já pensa em me afastar da minha natureza! Então deixa eu te alertar: não me ajusto a condicionamentos fabricados por serpentes ávidas em forçar seus interesses sob ameaça de seu veneno. Ou simplesmente não me ajusto a qualquer condicionamento fabricado, a não ser por mim. Eu sou a essência que me conduz e não admito que ninguém se atreva a conduzir minha essência. E isso não é intransigência, apenas uso minha condição de ser livre a meu favor. Não me apetece ser mais uma amostra grátis no mercado, sou uma tecnologia avançada para o que te cabe, edição Deluxe. Não sou para todos, nem para qualquer um. Fujo de relações forçadas, amizades forçadas. Portanto, não tente podar meu livre arbítrio, porque eu vou me afastar. Não tente me enquadrar em resoluções sociais falidas, porque eu vou me afastar. Não haja como se soubesse o que é melhor para mim, porque eu vou me afastar. Esse tipo de solidariedade eu dispenso. Quero não, obrigada! Eu gosto de pensar por mim, faço questão de usufruir até a última gota de liberdade que me pertence e não adianta me pressionar a sentir o que não sinto. Entende? Não? Tanto faz, porque não estou pedindo sua aprovação.

f.

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