23 de nov. de 2011

Odeio circo.

"Aliás, odeio tudo que me encanta e depois vai embora."

Caio Fernando Abreu

21 de nov. de 2011

Se eu pudesse, pegava a dor, colocava a dor dentro de um envelope e devolvia ao remetente

Título: Mário Quintana


Ele veio conversar comigo todo travado e puxei até ouvir tudo o que queria. Resumindo, ele disse que só gosta de mim como amigo... Não tá fácil, mas agora um ponto final na história foi colocado. Eu disse que a partir de agora não haverá mais nada entre nós e que vou me afastar por um tempo até por as idéias no lugar. Não tá fácil, mas Deus ajuda quem tem coragem... rs!


Oi amiga,

Eu posso até imaginar um pouquinho da dor que você tá sentindo e me contenta lembrar que você é suficientemente forte para suportá-la até ela ir embora. As coisas vão estar difíceis – não digo mais difíceis porque não consigo resolver o que machuca mais entre o talvez das idealizações e a certeza de um nunca – e provavelmente você vai se sentir menos você e mais ele, por tudo que está presente, mas que precisa ser esquecido. Só espero que, com isso, você não renuncie a novas experiências, já que em ocasiões assim, o cérebro costuma culpar o agente errado.
Deus não te tiraria nada se não fosse pra te oferecer algo melhor, ainda bem que você sabe. A coragem que você teve para escancarar seus sentimentos é a mesma que as pessoas costumam deixar passar por medo de tentar. E eu me orgulho de mais de você por isso, mas isso você também já sabe. Você tinha esse sentimento abafado, encurralado... tão bom tê-lo libertado, antes que te implodisse. Então, não se arrependa, não se envergonhe, não tema.
Sabe, são essas coisinhas que dão à vida uma cor diferente, até imprescindível. Por mais destruidoras que sejam, a gente segue sabendo o quanto consegue agüentar e, mais importante, que consegue agüentar quantas vezes forem necessárias. Porque numa hora você cansa de olhar pros caquinhos e começa a recolher tudo pra se refazer e até se reinventar. Pra você ver que não é só no 1º de janeiro que o homem é capaz de recomeçar. Uma hora você compreende que essa dor que é tão sua é também de todo mundo, porque todo dia tem alguém tendo de engolir uma rejeição.
Você só está com uma perna quebrada agora e por isso estou te enviando uma muleta pra te ajudar a se sustentar. É aquela força que você me dispensa sempre que eu preciso, estou te devolvendo hoje, e não é pouca. Não ta fácil agora, mas depois que passa a gente ri, lembra?

Você vai ficar bem, só precisa de um tempo pra decidir isso.

Te amO!

f.

13 de nov. de 2011

Someone like you

Até que chegou o dia que, diante do espelho, fechei os olhos e fui capaz de sentir o suave toque das suas mãos me envolvendo, me passeando. O mesmo toque que me afastou os cabelos para respirar o aroma natural de uma alma tronca. Porque você sempre preferiu chegar até a base de tudo, o raso nunca o satisfez. E me perdi nessa fuga de estar sem, para te contemplar novamente, por mais uma vez sentir a confiança de caber no mundo de alguém. Beijando-me um beijo singelo, cheio de promessas e texturas descomprometidas, me transgrediu no impossível dos acontecimentos. Uma figura tão vívida nos devaneios de querer, quanto apagada do futuro que não vingará. E assim eu me virei a mim mesma - ou ao eu com quem sempre quis estar - e aspirei todas as lembranças embaralhadas do meu coração rechaçado, desequilibrado no veneno da dor. Nessa dor que me agarrei com unhas fincadas na decisão de nunca deixá-lo ir por inteiro, por mais que doesse. Mas o adeus nos seus olhos me espremeu o temor do que me recusava a executar: deixar para trás toda a razão que tive para seguir, que apesar de uma, era tanta. Mas seguir sem você não seria como voltar para trás? O que não entendia e que você insistia em me gritar com seu silêncio seria algo que me caberia aceitar nos segundos seguintes, quando cantou uma vez mais sobre a lógica egoísta de liberdade. Uma pequena ruína à minha espreita. Poderia eu matar minha sede apenas com lágrimas de abnegação ou sorver minha sobrevivência pela ausência que penetra meus poros? Chorei todo esse tempo essa ausência sempre presente em mim. O instante que você se aproximou, logo eu soube, se revelou o instante em que te perderia, um pouco mais do que vinha perdendo, e por definitivo. E só dessa vez, abrir os olhos não significou acordar. Mas era a intenção, realizar isso por um momento, e por um momento te trazer de volta pela última vez.

f.


I had hoped you'd see my face
And that you'd be reminded
That for me it isn't over

Adele

11 de nov. de 2011

Tenho uma teoria! Que talvez não faça o menor sentido, mas não elimina todas as possibilidades.

Também pode servir para coisa nenhuma, mesmo assim gostaria de expor minha abstração. É sobre a força do olhar. Não é a toa que as pessoas entoam mundo afora que seu olhar me hipnotiza me faz tão bem, ou seu olhar me encantou, ou ainda aquele olhar me fez perder a razão. São inúmeras as construções poéticas para o olhar. A literatura, as músicas, os filmes não me deixam mentir. Certamente, as pessoas não costumam levar em conta a importância de um olhar. Certamente, não é todo mundo que tem essa percepção. E já que a coisa deu tão certo, certamente, o uso do olhar como expressão romântica já se banalizou, como a maioria das fórmulas de sucesso. Logo, chego à outra parte da teoria que alega não ser todo mundo que tem a chance de topar com um olhar assim. Porque não pode ser qualquer olhar, em qualquer hora. Não, eu to falando daquele encontro, da colisão de olhares. É o olhar que arrebata, que dispensa versos e despreza melodias. É aquele dado de pertinho depois de um beijo, ou antes dele. É o olhar que mergulha no nosso olhar e o vira do avesso, que deixa a gente envergonhado de tão fundo que ele chega. É o tal do olhar que nos faz perceber que nunca antes havia tido um olhar assim. É aquele olhar que faz o coração gritar forte é com o seu olhar que eu quero amanhecer daqui pra frente. E isso tudo não podia vir de um olhar vazio, certo! Dizem que os olhos são as janelas da alma, e para haver tanto significado em um olhar, devem ser mesmo. Duas almas que se decifram e se reconhecem através do olhar. É essa sinergia que as pessoas deveriam buscar, porque pode parecer algo muito bobo e irrelevante, mas o olhar conserva um amplo valor em si mesmo, para aquele que estenda o seu além do que a visão pode enxergar superficialmente. E um dia, todo mundo nessa terra há de se perder em um olhar.

f.

10 de nov. de 2011

Só mais uma aventura

Tropecei nessa vontade de ir embora. Na necessidade de abrir as portas de outros mundos.
Estava buscando ser diferente, ir um pouco além de mim. Ansiava experimentar novas atitudes, ir atrás de um eu que eu nunca fui.
Então fiz as malas e me despedi do espelho. E até que não foi difícil, eu estava realmente decidida.
Peguei o táxi, era cedo para tecer qualquer resultado, e o medo, também deixei para trás, ele que sempre fez tanta parte.
Mas não podia haver qualquer dúvida e mesmo que ela estivesse o tempo todo lá, eu me rendi.
E foi distinto em cores e compassos.
E não precisou de muitas palavras, nem pretextos.
Nada ensaiado, delineado, esperado.
Apenas o encontro e a entrega.
De repente perdi o fôlego.
A intensidade do toque, do sabor, da contemplação.
E então o desejo de ir adiante. De arrancar mais daquela experiência.
Embora tenha me machucado em algum momento, não consegui me arrepender.
Só não esperava me reencontrar tão rápido.
E isso me fez pensar...
Eu nunca estive verdadeiramente longe de mim.

f.

Layout: Bia Rodrigues | Tecnologia do Blogger | All Rights Reserved ©