Eu podia estar agora sem você
Mas eu não quero
Mas eu não quero
-Marisa Monte
Não entendo
porque quando penso em você todos os seus gestos me aparecem em câmera lenta
com cortes explícitos de melhor companhia da terra. Mas faço questão de dar
esse mergulho para dentro de seus olhos quase invadidos em um sorriso incoerente de
rapaz tímido, porém valente. Eu rebobino a cena mil vezes e fico lá estática,
esperando seu apertinho na minha bochecha, como numa doce tentativa de me despertar.
Só que estou bem acordada, e ainda mais, abismada, por perceber tão tarde que você
é a maior certeza que quis pra minha vida. Então, já não acho de mal admitir
que minha cegueira seja uma das maiores da galáxia. Se não fosse pela sua
coragem, será que eu ainda estaria esperando amor em outras direções? Até para
aprender o inconfundível eu levo um tempo danado de longo. Ainda estou tentando
domar tanta tendência a hiperbolizar os nãos e a ser possessiva além do
extremo, mesmo que seja quase impraticável aniquilar o fato de que depois de
estar com você o que eu mais quero sempre é estar com você. É engraçado isso! Ainda que ao seu lado, eu sinto a maior saudade do mundo. E talvez não seja
preciso fazer algum esforço por compreensão. Você destrói minhas manias para se
fazer vício de fim de tarde, manhã chuvosa e noite clara de verão. Não... na
verdade, você é vício de todas as horas e estações e eras juntas, sem
intervalos. E depois de me sentir tão pequena sem você, eu acho que não existe
mais e ainda por um tempo aquela impressão de infalibilidade ou sentimento de arrogância.
Disseram-me, sim, que eu poderia me reconstruir e viver apenas por mim e embora
eu aquiescesse à veracidade dessas palavras, apenas não queria me ater à ideia clichê,
e conveniente, de que o que é nosso volta. Não, não e não! Deixa, rapaz,
eu ser teimosa e chata assim por mais um tempo, porque eu aspiro é todo o tempo
pra nós dois. Um agora sem hiatos, sem barreiras, sem justificativas para viver
de mentira até a dor cansar. Tô voltando a confiar. Eu quero poder ceder mais e
julgar menos; entregar mais e esquecer consequências reversíveis. Quero fazer
planos para daqui dez anos e ver a gente acertando e acontecendo sem improbabilidades.
Não faz mal se você bravejar o “menina!” quando ficar impaciente, se a gente
pode esquecer as pequenices e seguir fazendo piada do que não merece
importância. Vou continuar nessa de pedir para os ponteiros atrasarem as
despedidas até que elas desistam. Quero provar pra todo mundo que a gente se
gosta tanto, tanto, tanto que até o fim se esqueceu de acabar pra virar começo
de novo.
f.
E assim deve ser...detalhes fazem e destroem... temos que rir, superar e adaptar..senão não encaixará nunca!
ResponderExcluirGostei!
=D
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